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Ruínas dos templos de Yeha na Etiópia

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Ruínas dos templos de Yeha na Etiópia
O grande templo de Yeha, Etiópia

No meu último dia de viagem pelas Igrejas talhadas na rocha em Tigray,como ainda sobrava algum tempo e ficava em caminho, decidi fazer uma paragem para visitar as ruínas de Yeha.

Yeha é tido como o berço da Etiópia, já que é aqui que se encontram os mais antigos vestígios arqueológicos do país.

Cheguei a Yeha depois de algumas horas de viagem pelo fabuloso cenário montanhoso do norte da Etiópia. Nos últimos quilómetros apanhámos mesmo alguns períodos de forte chuva que rapidamente inunda os campos e faz encher as ribeiras que normalmente estão secas, com grossos caudais de águas castanhas.

Vista geral do complexo do grande templo de Yeha, Etiópia

Fruto de uma campanha arqueológica alemã, que ainda decorre, os templos de Yeha são do mais bem tratado e documentado que encontrei na Etiópia. Pela primeira vez aqui vi um painel informativo com a planta do local, breve história e descrição dos achados aqui efectuados.

Por detrás desta ergue-se a colina onde se encontra o grande templo, o museu e uma igreja. O preço da entrada são 200Birr (8,6€). Os preços dos monumentos parece que aumentam constantemente na Etiópia. Em 2013 eram 100Birr, o meu guia disse que há pouco tempo era 150Birr e agora é 200Birr. São os próprios guias, que levam ali turistas a dizer que não concordam com estes preços, já que os acham desajustados e podem mesmo afastar ainda mais o turismo.

Painel informativo nas ruínas de Yeha, Etiópia

Embora tenha adorado as ruínas e o testemunhar do excelente trabalho que está ali a ser feito, a verdade é que não gostei da atmosfera do local. Culpa disso foi o assédio dos supostos guias. Para começar, enquanto estava a ler o painel informativo fui logo incomodado por um “guia” que não sei se estava bêbado, ou se era mesmo assim.

Depois lá dentro, houve um outro que se colou a mim, mesmo eu tendo dito que não queria guia, mas sim visitar sozinho. Para além disso ira pagar uma boa maquia pelo bilhete, que noutro lugar do mundo já me daria direito a uma visita guiada. No final, o guia melga veio-me pedir dinheiro. Vinte Birr. É certo que era pouco, mas recusei: estava a ficar saturado desta ideologia etíope de forçar o turista branco a ter um guia, quisesse ou não.

Grande Templo

Datado do século VII a.C. o grande templo é um enorme edifício de calcário, de linhas direita e blocos bem talhados e alinhados.

À data da minha visita estava coberto de andaimes de uma campanha de conservação dirigida por arqueólogos alemães.

O grande templo de Yeha, Etiópia
Pormenor no interior do grande templo de Yeha

Museu

Junto ao grande templo há um pequeno museu onde são guardadas algumas pedras com inscrições e outros artefactos de metal e cerâmica achados em escavações nas proximidades.

À semelhança de outros museus, o visitante senta-se enquanto lhe são mostrados os artefactos, com uma breve explicação em inglês.

Guia no museu de Yeha, Etiópia
Algumas pedras com inscrições no museu de Yeha, Etiópia.

No âmbito da campanha alemã, está a ser construído um museu mais digno para expor todos estes objectos. Espera-se que seja concluídos nos próximos anos.

Grat Be’al Gebri

A uns 100 metros do grande templo encontram-se as ruínas daquele que seria um dos maiores edifícios do corno de África, provavelmente com funções administrativas de Yeha.

As escavações e obras de conservação ainda decorrem e o espaço encontra-se coberto por um telhado que o protege da erosão provocada pela chuva.

Ruínas do Grat Be’al Gebri em Yeha, Etiópia
Pormenor da recuperação do Grat Be’al Gebri em Yeha, Etiópia

Os enormes pilares de pedra quadrados, levam os arqueólogos a crer que esta construção seria semelhante ao templo da Lua em Ma’rib, no Yemen.

Grandes blocos de pedra no Grat Be’al Gebri em Yeha, Etiópia

Mapa de Yeha

Yeha fica a poucos quilómetros de Adawa e há vários minibus a ligar diariamente duas localidades.