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Colinas de Matobo

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Colinas de Matobo
Dia ventoso junto ao túmulo de Cecil Rhodes, Colinas de Matopos

O Parque Nacional de Matobo, ou Matopos, é um dos mais bem guardados segredos do Zimbábue. Inscrito em 2003 na lista de património da humanidade pela UNESCO, estas colinas no coração do Zimbabwe albergam uma das mais espectaculares paisagens graníticas do mundo, com enormes penedos rolados num equilíbrio duvidoso sobre as colinas de rocha nua.

Há na região vestígios da presença humana que remontam há 10.000, visíveis sobretudo nas pinturas rupestres existentes em várias cavernas da região.

Pinturas rupestres nas colinas de Matopos, Zimbabwe

Na história mais recente estas colinas foram palco das guerras dos Matabeles (povo da região) com os colonos ingleses. Entre eles passou por aqui Baden-Powell, fundador do escutismo, que faz mesmo referência à experiência no livro “Escutismo para Rapazes”.

O mais marcante dos ingleses a passar por aqui seria Cecil Rhodes, homem de negócios, detentor de 90% do negócio de diamantes do mundo e grande dinamizador da linha de caminho de ferro do Cairo ao Cabo. O antigo nome do país tem mesmo origem no nome deste homem: Rodésia.

Bonita paisagem das colinas de Matopos, Zimbabwe

Apaixonado por este local, escolheu ser aí sepultado no topo de uma colina conhecida como “World View”. Quando se chega ao local percebe-se o nome do mesmo e a escolha de Rhodes.

Dia ventoso junto ao túmulo de Cecil Rhodes, Colinas de Matopos

Mas Matopos não é só história e geologia: é também vida selvagem. O parque alberga uma notável população de rinocerontes brancos e negros, estes últimos em vias de extinção. Encontra-se aqui ainda a maior concentração de leopardos do Zimbábue e uma das maiores do mundo. Os mais fáceis de observar são no entanto as águias: 1/3 das espécies de águias do mundo podem ser encontradas aqui!

Túmulo de Cecil Rhodes, Colinas de Matopos

Visitar o Parque Nacional de Matopos

Embora possa ser visitado com carro próprio e seja possível pernoitar no parque, para quem viaja de mochila às costas a forma mais prática de o visitar é recorrendo a uma day trip, facilmente organizável na cidade de Bulawayo.

Foi o que fiz. Quando chegámos à cidade como já não era muito cedo, fomos primeiro tratar do alojamento, ficando no Packer’s Paradise. Como aí organizavam as viagens a Matopos, agendámos logo com eles para o dia seguinte.
O preço que pagámos, para o dia inteiro, com todas as entradas incluídas e almoço, foi de 90USD por pessoa.

Interessante formação rochosa no parque de Matopos

O grande problema acabou por ser a viatura: um automóvel ligeiro, demasiado baixo para aventuras todo-terreno. Algumas estradas do parque são asfaltadas e não há problema com a circulação. Visitámos a gruta onde estão as pinturas do rinoceronte branco e a gruta de Pomongwe, onde há mais pinturas rupestres e um pequeno museu.

Gruta de Pomongwe, parque nacional de Matopos

O ponto alto, literalmente, seria o World’s View, local onde está a sepultura de Rhodes e um memorial à patrulha de Shangani. A Shangani Patrol foi uma patrulha de 34 soldados ingleses vitimas de uma emboscada em Matopos, por mais de 3000 soldados Matabeles. Dos 34, 3 conseguiram fugir para pedir reforços, tendo os restantes lutado até à ultima bala. Entre os sobrevivente encontrava-se Frederick Russell Burnham, um dos maiores apoiantes de Baden Powell na fundação do escutismo. Terá mesmo sido Burnham quem lhe ensinou o pioneirismo.

World’s View no parque de Matopos, Zimbabwe

O pior da viagem acabou por ser a parte da vista ao Game Park, onde aí sim se encontram os animais selvagens. As estradas são de terra batida e ao fim de poucos quilómetros fomos obrigados a voltar a trás por não conseguirmos prosseguir. Fica portanto a recomendação para quem quiser visitar o local, procurar uma agência que faça o passeio com viaturas todo-terreno.

Placa à entrada da reserva de caça de Matopos, Zimbabwe

Mapa do Parque
Mapa parque nacional Matobo, Zimbabwe

Mapa GoogleMaps

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